Um dia pegaram-no. Fizeram-no escrever tudo que se passava na cabeça do raptor. De repente, tudo foi sendo declarado, escrito, apagado, reescrito. Fizeram-no até desenhar. Ele nem sabia que tinha essa capacidade. E o tempo foi passando. E ele lá: escrevendo e desenhando cada letra, cada traço, cada rabisco. Até que não pôde mais. Um processo ao contrário: quanto mais os textos cresciam nas páginas, mas ia diminuindo, se sentindo pequeno, quase imperceptível. Foi assim que o lápis finalmente foi parar no lixo.